Resenha de Tiago Lacerda
Resenha do filme: E seu nome é Jonas (And your name is Jonah)
O filme E Seu Nome é Jonas (And Your Name Is Jonah) é classificado como drama e foi lançado em 1979 nos Estados Unidos sob a direção de Richard Michaels e apresenta a vida de um garoto surdo que viveu durante três anos em um hospital para crianças retardadas. O motivo dessa internação foi um diagnóstico errado dado por um médico da própria família. Após descobrir que o diagnóstico não era compatível com a realidade do garoto e que seu problema era apenas a surdez, os pais de Jonas (Jeff Bravin) o buscaram para viver novamente como uma criança normal junto ao seio familiar. Mas a partir daí ele encontrou vários obstáculos como o preconceito e a falta de informação por parte da própria família e sociedade para acolher e compreender as diferenças que existem em nosso meio.
Uma das maiores barreiras que Jonas enfrentou foi a da comunicação. Ele não compreendia o que as pessoas queriam dizer, não aprendeu a se comunicar no hospital, somente fazia as coisas básicas como comer sozinho e se vestir. Em casa Jonas foi incompreendido e o peso do diagnóstico errado ainda pairava sobre ele. O pai (James Woods) de Jonas não teve paciência para acompanhar seu progresso e resolveu deixar o lar para viver uma vida mais “tranquila”, ou seja, é mais fácil cortar o problema que pensar em resolvê-lo. A criança só precisava de um pouco de atenção e amor para superar as primeiras dificuldades e não teve isso por parte do próprio pai. Em compensação a mãe (Sally Struthers) o acompanhou durante esse processo buscando compreender o fenômeno da surdez para encontrar uma melhor maneira de convivência com alguém que tem uma forma diferente de se comunicar.
A primeira tentativa da mãe foi levar Jonas para uma escola que tinha como objetivo o “oralismo” que consistia em ensinar as crianças a falar, ler lábios, para que pudessem se comunicar com ouvintes e dessa forma se apresentarem como “normais” dentro da sociedade que dificulta a vida das pessoas que apresentam alguma diferença. Tal escola proibia qualquer comunicação em sinais, pois acreditavam que com isso as crianças se “tornavam preguiçosas para aprender a falar”, mas no filme essa metodologia não foi proveitosa, para Jonas. Ele encontrou uma forma melhor de se comunicar quando teve contato com a língua de sinais. A vida passou a ter um significado para ele, pois conseguiu compreender o que as pessoas queriam lhe dizer ao mesmo tempo que ele também poderia se expressar a partir de sua língua materna.
Dessa forma Jonas teve a partir do contato com a língua de sinais a possibilidade de viver como uma criança normal. A linha condutora do filme persiste em apresentar as dificuldades e possibilidades que uma pessoa surda encontra em sua vida. Se retirarmos o nosso próprio preconceito poderemos ajudar não só a comunidade surda, mas a nós mesmos. Podemos aprender muito com essa cultura e enriquecer a nossa vida partilhando o conhecimento e buscando uma abertura ao diferente que muitas vezes nos assusta, mas que pode ser a ponte para uma nova visão da vida e até mesmo de uma nova missão em poder ajudar àqueles que são em nossa sociedade excluídos dos meios sociais, educacionais, familiares, religiosos e promover uma verdadeira inclusão social a partir do amor e da abertura ao próximo.
(Publicado no TG-DOXA no dia 10/06/2013)
Para conhecer um pouco mais sobre inclusão social leia o texto: A INCLUSÃO SOCIAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS
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