Ao falar sobre as ideias que
circundam o pensamento de Maquiavel se faz necessário ressaltar que ele viveu
durante a Renascença Italiana, período em que o poder era tido pela força dos
déspotas. Nenhum governante conseguia manter-se no poder por muito tempo, seu
principado era naturalmente transferido a outro senhor que gozada de mais poder
e desta forma previsível a tirania imperava. Maquiavel passou parte de sua vida
acompanhando esta situação de instabilidade e muita desordem.
A tomada do poder segundo
Maquiavel não poderia se basear no uso restrito da força, mas a partir de uma
“arte” para impor suas ideias e vontades aos outros, fazendo com que eles
fossem conquistados primeiro. Posteriormente poderia aplicar suas ideias. Este
pensamento ao passo de parecer simplista é bastante perspicaz, pois conquistar
o poder não é uma tarefa tão simples, para tal é preciso fazer de tudo,
literalmente, pois ele não defende que necessite existir uma coerência nas
atitudes entre quem deseja tomar este poder e quem o executará após a tomada, o
que se pode resumir com a famosa frase de Maquiavel onde ele diz que “os meios
justificam os fins”, frase mal interpretada e muito usada para uma ação do
poder, muitas vezes tirânico. A esta arte de conquistar o poder Maquiavel a
define como política, esta serve não somente para a tomada do poder, mas também
para a manutenção deste poder, o que seria mais importante, visto que a
situação na época mais caótica era que os governantes que conseguiam tomar o
poder pela força não tinha uma ação de governo para se manter, o que acabava
por degringolar os reinos. Assim a política pode ser entendida como esta arte
de conquistar, manter e exercer o poder, ou seja, manter-se no governo
independentemente da forma que se chegou lá.
Para chegar a estas
conclusões Maquiavel observando os acontecimentos do seu tempo escreve a
história, não como um historiador atido nos fatos exatos. Apesar de pesquisar
bastante para escrever, ele o faz como um pensador preocupado com a política,
com a prática desta arte. Segundo ele a história é um ciclo que vez e outra
torna-se a voltar, o que a grosso modo, facilitaria a conduta de um político
que poderia observar as ações do seu antecessor e repeti-las a fim de não
cometer os mesmos erros. Nesta perspectiva ele acredita que a natureza humana,
essencialmente má, é despida de um senso histórico capaz de refletir que os
tempos e momentos no poder mudam de acordo com cada circunstância. O que é
comum nas práticas contemporâneas dos políticos é nada mais que a repetição de
seus antecessores, pois querem sempre ganhar e gastar o mínimo de energia para
desenvolver seu projeto, política.
Esta capacidade de perceber
as mudanças históricas e as possibilidades de mudá-las seria a Virtù. Pois sem
esta, o governante dentro do ciclo de repetições com o interesse em apenas
tirar proveito acaba perdendo não somente a oportunidade de melhorar seu
governo, mas perde o próprio poder, pois diante do inesperado não sabe agir. A
este inesperado podemos na linguagem de Maquiavel associar à ideia de Fortuna,
que seriam as coisas inevitáveis que acontecem aos seres humanos. Assim
acontecimentos bons e maus estão no mundo para todos, o que não acontece
somente na política, mas na vida em geral. Por isso diante da Fortuna é preciso
a Virtù para equilibrar as decisões politicas e a permanência no poder no caso
do governante. Estas são as qualidades precípuas para um bom governante, saber
chegar ao poder, não somente contentando com esta tarefa, é preciso mantê-lo,
para isso a Virtù levando em conta as vicissitudes encontradas pelo caminho,
toda Fortuna (no conceito de Maquiavel) e adquirindo a perspicácia de mudar os
rumos sempre que necessário para que o poder não seja desfeito ou tomado por
outro.
OI, meu amigo saudoso
ResponderExcluirVou conferir o link...
Volto a te dizer que já recuperei os blogs desde a Páscoa... se for possível, peço-lhe a gentileza de trocar na sua página inicial, tá???
Dê-me notícias de como está vc...
Abraços fraternos de paz
Olá queria amiga Rosélia,
ResponderExcluirObrigado pelo carinho,
peço por gentileza para responder esta mensagem com o link que você deseja que eu coloque no blog para substituir o que está lá.
abraço,
Tiago